A cidade de São Paulo possui inúmeros locais que valem a pena conhecer e apreciar. Tive o privilégio, nesta Páscoa, de fazer um passeio cultural até o Museu da Língua Portuguesa e conhecer um pouco mais da vida e da obra desse paulistano, filho único, que morou no Brás e no Centro da cidade, José Oswald de Souza Andrade.
Logo no 1º andar, somos recebidos por essa tela, a qual retrata muito bem os sentimentos dos brasileiros com relação a língua materna:
O caderno educativo entregue aos visitantes faz uma bela provocação sobre como seria o perfil desse irreverente, polêmico, boêmio, jornalista, escritor e promotor de artes, nos dias atuais numa dessas redes sociais.
Reproduzo abaixo, essa deliciosa brincadeira:
Pude assistir ao curta metragem sobre a origem da nossa língua e ouvi por vinte minutos trechos das mais variadas poesias que estão vivas e presentes nas cenas do cotidiano, nos sons, gestos, toques, momentos, quando percebemos o mundo. Foi delicioso! Veja abaixo o quanto que os poemas estão presentes e não são ditos, escritos e construídos aleatoriamente:
Entre tantas menções, gostaria de compartilhar com vocês um trecho da poesia “Pisca-pisca” de Monteiro Lobato:
Anote algumas sugestões bibliográficas de Oswald de Andrade:
Ø Dicionário de bolso.
Ø Primeiro caderno do aluno de poesia de Oswald de Andrade.
Ø Feira das sextas.
Ø Um homem sem profissão.
Ø Ponta de lança.
Ø Serafim Ponte Grande.
"– A vida, senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais [...] A vida das gentes neste mundo, senhor Sabugo, é isso. Um rosário de piscados. Cada pisco é um dia. Pisca e mama, pisca e brinca, pisca e estuda, pisca e ama, pisca e cria filhos, pisca e geme os reumatismos, e por fim pisca pela última vez e morre. – E depois que morre?, perguntou o Visconde. – Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?"
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