Sabores da Educação por Andréa Camargo.
“Diante da boa comida e da boa bebida nossa boca se enche
de saliva. Não somos como o cão de Pavlov, mas temos o direito de saborear,
fomos feitos com o paladar justamente para esse fim. O aluno precisa ter a
oportunidade de saborear cada conteúdo que estuda e cada experiência que
vivencia. Devemos RECRIAR O SABOR DO APRENDER!”
(Extraído do livro:
Se a boa escola é a que reprova, o bom hospital é o que mata.
Hamilton Werneck).
Quando nos remetemos a pensar
e refletir sobre a frase de Werneck, sinto que a mesma instiga a repensar sobre
os SABORES da Educação. Pensamos
o que seja essa tão admirável sensação. Uma sensação em apreciar sabores
diferentes, novos, outros velhos conhecidos e até prediletos, alguns que serão
repetidos várias vezes de tão saborosos e suculentos. Outros serão marcados
pelo gosto meio ruim, um pouco amargo. Existirão gostos que sequer poderemos
provar, pois nunca estarão ao nosso alcance. Esses SABORES só poderão ser aceitos ou criticados se permitirmos que
nossa sensação seja aguçada. Paulo Freire dizia que temos que aguçar nossos
sentidos e ampliá-los. Entre os muitos sentidos que ele tanto descreveu e nos
envolveu a descobrirmos. Um deles, a arte da leitura. Mas não uma leitura
simples e sem sabor, porém a leitura infinita de mundo. Esse mundo que nos
permite sentirmos experiências, o que para muitos seria dito apenas como
“experimentar” ou “viver experiências”; mas eu iria além, diria que
experimentar experiências até antes não descobertas, nos dá um SABOR de
algo novo, possibilidades, inovação, (re)descoberta, desafios, interesse,
questionamentos, hipóteses e certezas. Um “experienciar”! Quando vivemos essas
experiências com ternura, profundidade, paixão merecem ser consideradas e compartilhadas,
independente para quem ou por que foram experimentadas. De repente foram ou
serão SABOREADAS por alguém mais novo, não importa, pois experiência de
vida, não é sinônimo de idade avançada, mas de ação e sentimentos aguçados. Eu
diria ainda que muitos adolescentes e jovens sabem apreciar os inúmeros SABORES
que esse mundo lhes oferece, como as sensações que determinadas músicas nos
proporciona, o som que vem das ruas e para nós é confuso, as expressões das
pessoas quando se pronunciam e manifestações e atos heroicos, ter sensibilidade
em atuar quando necessário e recuar quando solicitado, discutir e interiorizar
imagens e cenas, perceber a importância da perda de tantas vidas diariamente e
a complexidade que isso gera nas famílias, violar códigos de ética respeitando
limites do próximo, reconhecer, saber perder, tentar ganhar de forma limpa, ser
um líder, transmitir SABORES de vitórias pessoais, torcer pelo certo e
se não souberem experimentar nem valorizar todo um conhecimento novo, valerá a
pena insistirmos. Enquanto formadores de opinião, nosso papel também é estimular
as pessoas a SABOREAREM a vida num todo. O máximo com gostinho de “quero
mais”. Piegas? Não. Apenas “RECRIAR O SABOR DO APRENDER!”
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