Contando histórias para
seu filho.
Por Andréa Camargo – março
2015.
“(...) É ouvindo histórias que se pode sentir (também)
emoções importantes, como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o
medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranquilidade, e tantas outras mais,
e viver profundamente tudo o que as narrativas provocam em quem as ouve – com
toda amplitude, significância e verdade que cada uma delas fez (ou não)
brotar... Pois é ouvir, sentir e enxergar com os olhos do imaginário”. Fanny Abramovich,
1989.
Contar histórias é uma
experiência de interação. Constitui um relacionamento cordial entre a pessoa
que conta e os que ouvem, estabelecendo uma interação que aproxima todos os
envolvidos no processo. Momento esse que possibilita descobrir o imenso mundo de
conflitos, dificuldades, impasses, soluções, confusões, “sins”, “nãos”, que
todos atravessamos e vivemos de um jeito ou de outro, através das vivências dos
personagens.
As narrativas sempre se
constituíram relato essencial da capacidade humana de fabular, fantasiar e
criar. Tanto o “contador” quanto o ouvinte envolvem-se, encantam-se, dialogam e
eu diria que será melhor ainda, se esse “contador” for uma pessoa da família!
Que tal você pai, mãe, avó, tia, madrinha, padrinho, irmã mais velha... O fato
de narrar uma história, além de atividade lúdica, amplia a imaginação e ajuda a
criança a organizar sua fala, através da coerência e da realidade. O ver,
sentir e ouvir são as primeiras disposições na memória das pessoas. São os
“meios sensoriais” para que possa comunicar-se, expressar-se bem, no tom certo!
Os contos enriquecem nosso espírito, iluminam nosso interior, e, ao mesmo
tempo, nos tornam mais protagonistas na resolução dos problemas e mais
flexíveis para aceitar diferenças.
Você, membro dessa família linda que oportunizará essa criança a ouvir
sua voz, mude o timbre, faça uma voz diferente para cada personagem, dê um
brilho alternado no olhar, alterne as expressões faciais. Construa um cenário
simples com roupas diferentes, use uma luva em pleno verão, um prato
simbolizando a cozinha, um carrinho de brinquedo para mostrar que o personagem
dirigia uma carruagem, use um lenço como capa, “se figurine”, inove, mude, permita
que sua imaginação “ferva” junto com a história. O resultado dessa
“brincadeira”, ficará eternizado na memória.
Você
pode estar se perguntando e se meu filho, neto, sobrinho... não quiser ouvir
nada! Tiver muito mais preocupado ou interessado em ficar jogando game ou
conversando com amigos? Nesse caso, compartilho com você algumas dicas de Jerry
Wyckoff e Barbara C. Unell “Não quero que
você leia para mim!”
Dicas úteis:
Ø Faça da leitura uma parte da rotina diária de seu filho para
que ele aprenda a esperar com alegria esse momento.
Ø Deixe que seu filho o veja lendo sozinho todos os dias.
Ø Limite o tempo de televisão e sugira a leitura sempre que ele
procurar alguma atividade para se distrair.
Ø Não reclame de ler ou estimular a leitura pelo mesmo livro
todas as noites, até encerrá-lo. A criança se sente segura mesmo com a
repetição e a consistência do que está sendo lido para ela, de acordo com seu
entusiasmo.
Ø Use o positivismo e não a obrigatoriedade! “Nós nos divertimos
tanto com essa história!” “Escolhi essa história porque achei interessante ler
com você!” “Vamos marcar um horário para nossa leitura e depois podemos brincar
com seus jogos?”
__________________________________________________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário