domingo, 26 de abril de 2015

Contando histórias para seu filho por Andréa Camargo.


Contando histórias para seu filho.  
Por Andréa Camargo – março 2015.  

“(...) É ouvindo histórias que se pode sentir (também) emoções importantes, como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranquilidade, e tantas outras mais, e viver profundamente tudo o que as narrativas provocam em quem as ouve – com toda amplitude, significância e verdade que cada uma delas fez (ou não) brotar... Pois é ouvir, sentir e enxergar com os olhos do imaginário”. Fanny Abramovich, 1989.  

                        Contar histórias é uma experiência de interação. Constitui um relacionamento cordial entre a pessoa que conta e os que ouvem, estabelecendo uma interação que aproxima todos os envolvidos no processo. Momento esse que possibilita descobrir o imenso mundo de conflitos, dificuldades, impasses, soluções, confusões, “sins”, “nãos”, que todos atravessamos e vivemos de um jeito ou de outro, através das vivências dos personagens.
                        As narrativas sempre se constituíram relato essencial da capacidade humana de fabular, fantasiar e criar. Tanto o “contador” quanto o ouvinte envolvem-se, encantam-se, dialogam e eu diria que será melhor ainda, se esse “contador” for uma pessoa da família! Que tal você pai, mãe, avó, tia, madrinha, padrinho, irmã mais velha... O fato de narrar uma história, além de atividade lúdica, amplia a imaginação e ajuda a criança a organizar sua fala, através da coerência e da realidade. O ver, sentir e ouvir são as primeiras disposições na memória das pessoas. São os “meios sensoriais” para que possa comunicar-se, expressar-se bem, no tom certo! Os contos enriquecem nosso espírito, iluminam nosso interior, e, ao mesmo tempo, nos tornam mais protagonistas na resolução dos problemas e mais flexíveis para aceitar diferenças. 
                     Você, membro dessa família linda que oportunizará essa criança a ouvir sua voz, mude o timbre, faça uma voz diferente para cada personagem, dê um brilho alternado no olhar, alterne as expressões faciais. Construa um cenário simples com roupas diferentes, use uma luva em pleno verão, um prato simbolizando a cozinha, um carrinho de brinquedo para mostrar que o personagem dirigia uma carruagem, use um lenço como capa, “se figurine”, inove, mude, permita que sua imaginação “ferva” junto com a história. O resultado dessa “brincadeira”, ficará eternizado na memória.
                   Você pode estar se perguntando e se meu filho, neto, sobrinho... não quiser ouvir nada! Tiver muito mais preocupado ou interessado em ficar jogando game ou conversando com amigos? Nesse caso, compartilho com você algumas dicas de Jerry Wyckoff e Barbara C. Unell “Não quero que você leia para mim!”
                 
Dicas úteis:
Ø  Faça da leitura uma parte da rotina diária de seu filho para que ele aprenda a esperar com alegria esse momento.

Ø  Deixe que seu filho o veja lendo sozinho todos os dias.

Ø  Limite o tempo de televisão e sugira a leitura sempre que ele procurar alguma atividade para se distrair.

Ø  Não reclame de ler ou estimular a leitura pelo mesmo livro todas as noites, até encerrá-lo. A criança se sente segura mesmo com a repetição e a consistência do que está sendo lido para ela, de acordo com seu entusiasmo.

Ø  Use o positivismo e não a obrigatoriedade! “Nós nos divertimos tanto com essa história!” “Escolhi essa história porque achei interessante ler com você!” “Vamos marcar um horário para nossa leitura e depois podemos brincar com seus jogos?”

                      Afinal, ler a história, deve ser apenas um pretexto para ficar mais com seu filho! Ou sobrinho, afilhado, enteado... Boa contação de histórias!

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