domingo, 26 de abril de 2015

O que temer na educação do seu filho?


O que temer na educação do seu filho?
Por Andréa Camargo – abril 2015 - 1ª parte. 

                  Temer! Qual o verdadeiro significado desse verbo? No bom e velho dicionário encontramos “recear”. Mas quem teme, é temente. Nesse caso, o verbo deixou de ser “aparentemente” mal interpretado e passou a ser um adjetivo muito bem qualificado! Pois quem é temente, torna-se cuidadoso, possui respeito. Como o cristão que é temente a Deus. Ele é reverente a Deus. 
                  Nesse sentido, pergunto para você pai e mãe. Quanto seu filho é temente a você? Antigamente filhos eram tementes aos pais porque tinham respeito. O olhar dialogava, resolvia qualquer situação. Os filhos acreditavam que seus pais sabiam muito e esse muito era sobre todo e qualquer assunto. Eles praticamente se reverenciavam aos seus pais. Muitas vezes, nem percebiam que seus pais não sabiam resolver “quase tudo”. E se isso não acontecesse, estava tudo bem! Passava despercebido aos olhos das crianças e os pais pesquisavam na Bíblia, em livros e revistas que colecionavam das bancas de jornal, ouviam conselhos de outros familiares, experiências que deram certo ou no máximo erravam sem culpa. Seguiam seus instintos. Eram erros e acertos permissíveis e assertivos na grande maioria das vezes. Podemos perceber isso com a geração que hoje, em 2015 tem entre 40 e 50 anos de idade. Que pessoas e profissionais são esses?
                 Que estruturas mentais, sociais, afetivas eles possuem? Quão se mostram autônomos em suas próprias decisões? Quão inseguros são? Como é sua estrutura física e sua saúde?
                  Hoje os livros triplicaram páginas sobre “dicas para educar”, existem dezenas de aplicativos para acompanhar os filhos, profissionais especializados por cada parte do corpo da criança, tecnologia de ponta para “ensinar” tudo, milhões de roupas, acessórios, brinquedos eletrônicos, muitos recursos que dispensam a presença dos pais. Uma fábrica para “isentar responsabilidades paternas”. Mesmo porque, muitos dos pais já não sabem mais mexer com toda essa parafernália tecnológica! Não acompanharam a “evolução” dos aparelhos. São os filhos que ensinam os pais. É aí que o perigo mora!
                 Quando um filho “ensina” os pais, ele assume o papel de “mandante”. Ele não tem maturidade em perceber que esse “curto tempo” é conhecido como “momento de troca do conhecimento”. Na cabecinha deles, os pais estão sabendo menos ou quase nada que eles. Se os pais “deixaram” de saber, é sinal que os filhos não precisam temê-los mais ou reverenciá-los. Pois quem sabe, dita regras e normas. É detentor do saber. Não era assim na antiga formação pedagógica? Ou isso não mudou? Incrível, a criança e o adolescente perceberam que alguns de seus professores, pais, vizinhos, amigos, familiares que se mostram “sem informação” (não conhecimento) devem ser mandados, tripudiados, desdenhados e até ironizados em dados momentos.
                  Esses “pequenos ditadores” tiveram maturidade para “evoluir” sozinhos e detectar fragilidades dos adultos. Sabem analisar falas que os pais proferem, detectam posturas (nem sempre edificantes) trazidas para casa após um longo dia de trabalho, escutam as mães falando mal de outras mulheres, os pais xingando o juiz no jogo, ouvem os “pré-julgamentos” que adultos fazem sobre outros adultos, as brigas entre o casal que só leva a perda de respeito, as crianças fingem dormir para escutarem conversas ao telefone dos pais (às vezes até gravam) e isso tudo vai formando seu temperamento, seu caráter e não só dando o direito deles imitarem os comportamentos “adultescentes” dos pais ou das referências que deveriam ser adultas em casa, mas lhes dá o direito de perder cada vez mais o respeito, a credibilidade, a admiração e a estima. 

Veja a 2ª parte desse texto! 
                   

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