SUGESTÕES DE
DESENVOLVIMENTO DE TRABALHO COM PROFESSORES A PARTIR DE LEITURAS.
EDUCAÇÃO
INFANTIL E FUNDAMENTAL I
Vamos lá! Separei algumas
sugestões, não são tão simples, são livros um pouco densos, porém acredito serem
boas leituras para “reafirmar” o papel do professor enquanto “instrumento”,
mediador, interlocutor e gerador da educação aprendida e aplicada. Que tal
promover oficinas nas REUNIÕES PEDAGÓGICAS?
v A Pedagogia na escola das Diferenças de Philippe
Perrenoud. Um dos capítulos que mais
gosto é o seis “Ciclos pedagógicos e projetos escolares: é fácil dizer!” Mesmo
sendo uma leitura densa e metódica, o autor trás 3 aspectos fundamentais para
que o professor pense em seu processo de busca e formação:
Ø Enriquecer sua caixa de ferramentas!
Ø Aprender a trabalhar em conjunto!
Ø Trabalhar consigo mesmo!
Sabe aquele grupo de professores
que têm dificuldades relacionais entre si? Ou com personalidades profissionais
opostas? Ou insatisfeitos em partilhar suas ações no grupo? Seria uma ótima
pedida para aperfeiçoar e trocar experiências a partir dessa leitura e de
algumas tarefas que eu daria!
v Encontros e Desencontros em Educação Infantil de
Maria Lúcia de A. Machado. Em
particular a parte II é enriquecedora. Trás vários textos que abordam a
formação, atuação e perspectivas dos profissionais da educação. São textos de
diversos autores como da Tizuko Morchida (USP), da Sônia Kramer (PUC), da Júlia
Formosinho (Braga)... Esse livro valeria à pena fazer o seguinte: dar
para cada professora um dos textos. Elas deverão desenvolver um projeto
em cima da ideia central que cada autor trás! Depois explanariam para as
outras. Seria ótimo como formação contextualizada (dentro de suas práticas).
v Oficina criativa e psicopedagogia da Casa do
Psicólogo. Um livro fino, de Cristina Dias Alessandrini, uma arte terapeuta. Ela combina muito bem a forma
criativa das artes com a psicopedagogia. Essa leitura é mais direcionada para
realizar oficinas! Dentro de um olhar mais aguçado. Se a equipe docente tiver
pronta para ir além do material didático adotado pelo colégio, esse livro
será muito rico! A autora trás até um trabalho com argila. O que a coordenação poderia
fazer, seria dar um mesmo conteúdo do livro para as professoras, como o
capítulo 4, “Pedro e Belle” e a partir de um conteúdo x do material didático
adotado, deverão criar uma oficina com esses materiais sugeridos! Conciliando
teoria e prática. Ex: usar a própria argila, tintas, aromas, sabores... ir além
do material didático!
v Educação Infantil e séries iniciais, uma
articulação para a alfabetização. Da Maria Teresa González Cuberes (organizadora). Exemplo, no capítulo 5 “Ao
encontro da Matemática” a autora Maria Elena Duhalde, fala muito sobre a
construção do pensamento concreto! Relata como a criança constrói a Matemática,
a cardinalidade, a ordinalidade, o uso dos números, a memória quantitativa... a
autora explana, explica como se dá a construção do pensamento. O capítulo 6
fala do ambiente enriquecedor de aprendizagem. Ótimo para ministrar uma Oficina
de Matemática, principalmente para as professoras que têm dificuldades com essa
área.
v A paixão de conhecer o mundo de Madalena Freire.
Um livro antigooooo, mas não abro mão! O meu está até embolorado! Mais voltado
para Educação Infantil. Serve para dar um “start” nas professoras e se animarem
em fazer o bom e velho diário de bordo ou portfolio! Pois Madalena relata
tudoooo que acontece na sala dela. Tanto que vira um livro! Ela trabalhou
várias ideias e projetos, mas acima de tudo, trouxe a originalidade do pensar
da criança, a autonomia, o interesse, a construção que elas fazem das histórias
contadas por eles... é lindo! Sempre releio e dele nascem novas práticas para a
sala de aula!
v Brincar: crescer e aprender. O resgate do jogo
infantil. De Adriana Friedmann. É um
livro muito específico sobre jogos e brincadeiras. Desde os tradicionais, até
os “criados”. Mas ela explana o olhar que o adulto deve ter sobre os jogos
infantis, a perspectiva de avaliação, regras, como a criança constrói a ideia
do jogo, o jogo no contexto educativo. O desenvolvimento cognitivo do jogo, a
importância das interações sociais nos jogos e brincadeiras... Mas tudo isso
não só do pré-escolar, aborda também das outras faixas etárias. Ao final de
cada capítulo, ela trás um texto reflexivo! Sugestão: se a coordenadora
der para cada professora um jogo, descrito no capítulo, elas terão que
conciliar o que leram, com um conteúdo do material didático adotado pelo
colégio e em cima do jogo, inserir o conteúdo a ser dado! A autora até lista os
jogos, classificando-os! É ótimo. Capítulo 8. Inclusive esse livro nos
trás a possibilidade de pensar uma Feira Cultural Interativa!!!!
Para final de 2015. Pois teremos Rio 2016. As escolas poderiam trazer jogos
para um dia com a família! Cada sala seria temática sobre um jogo para os
pais brincarem, jogarem! Ou ainda em cada espaço da escola ter um movimento
temático! Ex: jogos do século XIX. Imagens, gravuras, a pesquisa feita com as
crianças e a professora, em outra sala os jogos e brincadeiras de determinadas
regiões do Brasil! Em outra sala brincadeiras engraçadas! Numa outra sala,
jogos do futuro! Mas para tudo isso acontecer, tem que haver o processo de
pesquisa antes, um portfolio das professoras, envolver as famílias na montagem
para que tenham até um “pequeno museu dos jogos”.... Nossa.... iríamos além!
Que marketing educacional hein?
Inclusive deixo para todos a
“abertura desse livro” .... “Eu queria mostrar a roda da vida, poder entrar
no coração das crianças. Viver de alguma forma! Retomar àquele estado de
espírito, àquele tempo no qual tudo era brincar, no qual não existia frio ou
calor, no qual éramos amados, simplesmente amados. Quando eu era criança,
falava como criança, brincava como tal. Mas quando, um dia me tornei homem,
deixei de lado toda criancice, observei, ouvi e aprendi”. (autor
desconhecido).
Procurem também o texto “Lembranças
de Velhos” de Ecléa Bosi. Lindo!!
v E por último, sugeriria o bom e velho Pilares
do Interacionismo de Evaldo Inácio Delgado. Ele trás Piaget, Vygotsky,
Wallon e Emília Ferreiro. Um autor pouco conhecido, de Rondônia, o qual resgata
todos esses Papas da Educação de forma prazerosa! Mesmo que as professoras que
fizeram e fazem Pedagogia, conheçam intimamente esses papas na ponta da língua,
sempre é tempo de resgatar suas práticas. A diferença é que, muito deles, ficam
perdidos ao longo dos anos dentro de vãs teorias. Sugestão: uma dupla de
professoras ficaria com um desses papas. Fariam uma apresentação resgatando a
vida dele e a construção da “metodologia” que o mesmo “construiu”. Como tarefa,
deverão aplicar esse “teorema” em um conteúdo x do material. Inclusive, com
“defesa de tese”. Teriam que defender com unhas e dentes o real motivo do “educador
escolhido” ser tão direto, preciso, perfeito na teoria construída e até trazer
a trajetória intelectual desse Papa. Como a criança aprende aos olhos dele?
Teriam que resgatar falas desse autor!
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