domingo, 22 de abril de 2012

O Livre arbítrio, baseado no filme “Agentes do destino”.

O Livre arbítrio, baseado no filme “Agentes do destino”.



- “O que houve com o livre arbítrio?” Questiona David, personagem de Matt Damon.

- “Já tentamos o livre arbítrio antes. Depois de os levarmos da idade da pedra, da caça e da coleta às alturas do Império Romano. Nos afastamos, para ver como se virariam sozinhos. Ganhamos a Era das Trevas por cinco séculos até decidirmos intervir e já era hora de voltar. O ‘cabeça’ decidiu que deveríamos nos esforçar mais ensinando vocês a andar de bicicleta antes de tirar as rodinhas laterais. Assim, demos a vocês o Renascimento, o Iluminismo, a Revolução Científica. Durante 600 anos os ensinamos a controlar seus impulsos usando a razão. Então em 1910, nos afastamos novamente. Nos 50 anos seguintes, nos trouxeram a 1ª Guerra Mundial, a Depressão, o Fascismo, o Holocausto, culminando no fato de colocarem o planeta inteiro à beira da destruição e linear durante a crise dos mísseis cubanos. Naquela hora foi decidido que deveríamos interceder de novo antes que fizessem algo em que nem nós pudéssemos dar jeito. Você não tem livre arbítrio. Tem apenas o aparente livre arbítrio”, responde ‘o cara’.

- “Não acredito nisso, pois tomo decisões todos os dias”, retruca David.

- “Você pode decidir que pasta de dente usar, o que beberá ou comerá no almoço, mas a humanidade não tem maturidade para controlar o que é importante”, alerta ‘o cara’.

- “Então, o que sei é que vocês cuidam do que é importante. Até onde sei, o mundo é um caos”, replica David.

- “Mas, inteiro. Se ficasse em suas mãos, não estaria”, responde ‘o cara’.

Nesse final de semana, assisti ao filme “Os agentes do destino” o qual escolhi aleatoriamente entre tantos. Seguindo a suposição de que bons atores fazem bons filmes, tirei esse entre tantos outros. Tive o privilégio de ouvir e destacar para todos, um dos diálogos mais significativos dentro de um filme. A produção ‘americanizada’ em si, foi enigmática, como tantas outras. Porém, coube uma dose do repensar se podemos intervir e escolher nossos próprios caminhos.


Um filme que retrata um romance, mas que circunstâncias misteriosas e esforços ocultos tentam atrapalhar. Quase no final do filme, surge ‘o cara’, o qual pode ser interpretado como um anjo, um ser místico ou um ‘agente do destino’ que dialoga com Matt Damon. Em particular, considerei esse diálogo interessante e em partes, reflexivo. Por retratar o quanto pode ser ou tornar-se problemático, deixar ‘tudo’ nas mãos do homem. Do ser chamado ‘humano’.           

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Museu da Língua Portuguesa


                   A cidade de São Paulo possui inúmeros locais que valem a pena conhecer e apreciar. Tive o privilégio, nesta Páscoa, de fazer um passeio cultural até o Museu da Língua Portuguesa e conhecer um pouco mais da vida e da obra desse paulistano, filho único, que morou no Brás e no Centro da cidade, José Oswald de Souza Andrade.
                   Logo no 1º andar, somos recebidos por essa tela, a qual retrata muito bem os sentimentos dos brasileiros com relação a língua materna:
 



                   O caderno educativo entregue aos visitantes faz uma bela provocação sobre como seria o perfil desse irreverente, polêmico, boêmio, jornalista, escritor e promotor de artes, nos dias atuais numa dessas redes sociais.
                  
                   Reproduzo abaixo, essa deliciosa brincadeira:
  


                   Pude assistir ao curta metragem sobre a origem da nossa língua e ouvi por vinte minutos trechos das mais variadas poesias que estão vivas e presentes nas cenas do cotidiano, nos sons, gestos, toques, momentos, quando percebemos o mundo. Foi delicioso! Veja abaixo o quanto que os poemas estão presentes e não são ditos, escritos e construídos aleatoriamente:

 



                   Entre tantas menções, gostaria de compartilhar com vocês um trecho da poesia “Pisca-pisca” de Monteiro Lobato:

Anote algumas sugestões bibliográficas de Oswald de Andrade:
Ø      Dicionário de bolso.
Ø      Primeiro caderno do aluno de poesia de Oswald de Andrade.
Ø      Feira das sextas.
Ø      Um homem sem profissão.
Ø      Ponta de lança.
Ø      Serafim Ponte Grande.




"– A vida, senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais [...] A vida das gentes neste mundo, senhor Sabugo, é isso. Um rosário de piscados. Cada pisco é um dia. Pisca e mama, pisca e brinca, pisca e estuda, pisca e ama, pisca e cria filhos, pisca e geme os reumatismos, e por fim pisca pela última vez e morre. – E depois que morre?, perguntou o Visconde. – Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?"