sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Olhares da Educação por Andréa Rosa





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Comunicação com a equipe administrativa por Andréa Rosa








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Aula sobre adolescência por Andréa Rosa

1ª aula: Aula sobre Adolescência





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A Velhinha do Cruzeiro

A velhinha do cruzeiro - Autor Desconhecido




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A Lição da Mosca

Gotas de Óleo






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Criança tem cada uma






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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Fernão Capelo Gaivota

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Baseado no Best-Seller de Richard Bach, quando o autor revela que todos nós temos um Fernão Capelo Gaivota interno. “Para as pessoas que inventaram as suas próprias leis quando sabem ter razão; para as que têm um prazer especial em fazer coisas bem feitas, nem que seja só para elas; para as que sabem que a vida á algo mais do que aquilo que os nossos olhos veem. É uma história com sentido. Para todas as outras, ela será na mesma uma aventura sobre a liberdade e o vôo para além de limites provisórios”. Vale a pena ler a obra e assistir ao filme. "Não se preocupe em tomar a decisão certa... Pois ela não existe..."

Ensaio sobre a cegueira


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Baseado no romance de José Saramago, a obra conta a história de uma inédita epidemia de cegueira, inexplicável, que se abate sobre uma cidade não identificada. A “cegueira branca”, assim chamada, faz com que as pessoas vejam apenas uma superfície leitosa. Apenas a mulher de um médico não é afetada pela doença. Não é uma obra fácil de ser lida, por vários motivos, incluindo a disposição ortográfica e o contexto filosófico, mas também porque mexe com nossos nervos e sentimentos profundos. O próprio autor relatou numa entrevista "Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso."   

O filme foi dirigido por Fernando Meirelles, o mesmo diretor de “O jardineiro fiel” e “Cidade de Deus”. Um filme rico, emocionante, um pouco aflitivo, cheio de significados e que mexerá com os sentimentos mais profundos e obscuros. Vale a pena assistir e tirar suas próprias conclusões sobre o ser humano.  

O Pequeno Príncipe


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 Um clássico da Literatura, agora disponível em vídeo. Vale à pena reler o livro e assistir ao filme que eternizou Antoine Jean Baptiste Marie Roger Foscolombe de Saint-Exupéry. Seu maior romance, escrito enquanto estava exilado nos Estados Unidos. Uma obra profunda, reflexiva, de certa forma nostálgica que nos faz voltar ao passado, à infância e rever conceitos que foram encobertos pelo tempo, pelas amarras e algumas amarguras que não nos permitem mais olhar a vida com simplicidade e transparência.

O Pequeno Príncipe vivia sozinho num planeta do tamanho de uma casa que tinha três vulcões, dois ativos e um extinto. Tinha também uma flor, uma formosa flor de grande beleza e igual orgulho. Foi o orgulho da rosa que arruinou a tranquilidade do mundo do Pequeno Príncipe e o levou a fazer uma viagem que o trouxe finalmente à Terra, onde encontrou diversos personagens a partir dos quais conseguiu descobrir o segredo do que é realmente importante na vida.

Cada um lê a obra, interpretando-a de acordo com seus conceitos e valores. Existe a possibilidade de fazermos um estudo sobre cada personagem que aparece, descrevendo sua estrutura emocional, seus aspectos psicológicos e sociais. Além do livro e do filme, vale a pena buscar locais que estão expondo o trabalho. Como aconteceu no ano da França em 2009, na OCA, Parque do Ibirapuera em São Paulo, com espaço para conhecermos os Direitos das Crianças e até 28 de julho de 2011, aconteceu outra bela exposição no shopping 
Iguatemi em Porto Alegre. "Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante".


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Prova de Fogo


O filme fala da vida de Akeelah uma menina de 11 anos, que não se encaixava em lugar nenhum, até um professor começar a treiná-la para o desconhecido caminho dos concursos de soletração. Com sua ajuda Akeelah vai descobrindo possibilidades, desenvolvendo capacidades e influenciando os que estão à sua volta com sua grande coragem e determinação. Enfrentando a objeção de sua mãe, o ciúme de sua melhor amiga, as diferenças sociais e as dificuldades no relacionamento com o professor, Akeelah vai passando por todas as etapas do concurso, até ser classificada para a grande prova de fogo de sua vida, a final nacional em Washington.

Se assistirmos ao filme com um olhar atento, veremos que grande parte do comportamento da atriz, interpretada por Keke Palmer, nos remete a lembrarmos dos alunos que possuem TDHA ou até mesmo Dislexia. Uma menina que possui uma capacidade incrível de verbalização das palavras, pronúncia adequada, alto grau de comunicação e oratória, porém uma grande dificuldade com a escrita e falta de concentração. Além de não ter confiança em si própria. Em seus treinos, para competir no concurso, o professor universitário, Laurence Fishburne, incentiva essa conquista utilizando de movimentos físicos, para atrair e desenvolver sua concentração, trabalha a auto-estima da aluna, busca desenvolver na mesma habilidades até então desconhecidas e incentiva a leitura. Vale a pena assistir e passar parte do filme para os alunos a fim de que percebam que estudando e tendo esforço é possível vencer!

UP: Altas Aventuras


Mais um belo desenho produzido pela Pixar. O enredo conta as aventuras que Carl, um idoso viúvo com seu sonho de se mudar para o magnífico “Paraíso das Cachoeiras”, na América do Sul carregando sua casa e conhece Russel, um garoto escoteiro amante da natureza com seu sonho de protegê-la. Ambos na viagem, se deparam com Muntz, o explorador difamado buscando restabelecer sua reputação, Kevin uma tropical e rara e por fim com Dug um golden retriever falante e simpático.

Mesmo sendo um desenho animado, traz muitas significações para trabalharmos e refletrimos sobre encontros intergeracionais entre idosos e adolescentes. Percebemos que nos dias atuais, é importante e necessário estimular o convívio e a aprendizagem entre essas duas gerações. Desmistificar preconceitos relativos ao envelhecimento. Desistir de uma vez da discriminação, dos estereótipos. Ressaltar a necessidade da troca de experiências, que é possível ter vínculos afetivos, humanizar as pessoas em relação aos outros, motivar a descobrirem e atingirem objetivos em comum. Afinal, no desenho são abordados todos esses pontos e os valores que cada um deles traz enquanto “importância pessoal”. Afinal, Carl leva consigo sua casa e Russel, sua mochila. Qual deles carrega “coisas mais importantes”?

Nossa juventude adora o luxo, é mal educada, caçoa da autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem a seus pais e são simplesmente maus”. 
(Sócrates 470-399 a.C.) 

As Confissões de Schmidt



Jack Nicholson interpreta um homem que 60 anos que precisa lidar com a recente aposentadoria e também com a morte repentina de sua esposa. Incerto sobre seu futuro e também sobre seu passado, ele parte em uma jornada rumo ao Nebraska para ajudar no casamento de sua filha que se casará com um vendedor de camas d'água. Entretanto, cada novo passo que Warren (personagem de Jack Nicholson) dá, parece ser sempre errado, fazendo com que ele acredite que o fim de sua vida será igual ao seu passado: um grande fracasso. Até que Warren decide dividir sua jornada com um inesperado amigo: um jovem garoto da Tanzânia com quem se corresponde. Em suas longas cartas ao garoto, Warren expõe sua história e passa a ver com outros olhos sua própria vida.

Um filme reflexivo que vem de encontro com a realidade de muitos brasileiros que se aposentam, após anos e dedicação dentro de uma empresa e de repente se vêm, sem grandes objetividades, perspectivas futuras e sentindo-se “velhos”. Não conseguem perceber que a vida ainda reserva grandes possibilidades e surpresas e que a longevidade dos brasileiros está mudando, portanto seus anos de vida, só estão reiniciando! Assim como a vida real de muitos idosos, esse filme retrata de situações similares como: família, situação financeira, projeto de vida, aposentadoria, perdas, traição, amor... Vale a pena conferir!

Vem dançar comigo




Um filme inspirado na história real de Pierre Dulaine, um professor e competidor que ensina dança de salão como voluntário a um grupo de alunos carentes e problemáticos do Ensino Médio do centro de Nova York. Nos EUA, considerado o High School. Para nós educadores, o filme revela de forma clássica que a aprendizagem é uma estrada de mão dupla, onde não só alunos aprendem com professores, como eles também são fonte de rico conhecimento. Quando acontece essa parceria, os resultados são surpreendentes!

Ponte para Terabítia



O filme mostra a vida de Jesse, um garoto sonhador e sem amigos, até conhecer Leslie. Uma menina audaciosa, criativa e muito bem resolvida. Inicialmente parece um filme simples, que retratará somente da questão do imaginário infantil. Aos poucos ele vai surpreendendo, se tornando apaixonante e permitindo com que emoções inesperadas se revelem! Mostrará os amores platônicos que alimentamos pelos nossos professores na infância e que nessa fase também sofremos preconceitos, perseguições e perdas. Para superar todos esses problemas, inclusive a dificuldade de se crescer numa família com sérios problemas financeiros, a criança poderá unificar maturidade, emoção e imaginação.

O Clube do Imperador




Num colégio frequentado pelos filhos da mais alta sociedade americana, o professor Hundert leciona de forma apaixonada História antiga. Suas aulas são cheias de emoção, entusiasmo e alegria. Porém, um aluno em especial, se destaca pelas suas atitudes regadas a contradições éticas e de duvidoso caráter. Um rapaz, ao mesmo tempo, inteligentíssimo. Um filme que mostrará o relacionamento professor-aluno dentro e fora de sala de aula. Levantará um questionamento profissional significativo: a escola educa, mas muda o caráter de uma pessoa?

O Diabo veste Prada


Andy, uma jovem jornalista, ansiosa para decolar em sua carreira, consegue um emprego tão sonhado por milhões de garotas. Ser a assistente de Miranda Priestly, uma tirana editora de moda de Nova York. Uma líder representativa, como tantas existentes em qualquer empresa: exigente, perfeccionista, ríspida e desprovida de emoção (em público). Como tantos jovens no início da carreira, Andy se vê frente a desafios em lidar com assuntos, até então, teórico nas faculdades e nada prático no dia a dia profissional. Com esforço, determinação e inteligência consegue o trunfo de se tornar bem sucedida e passa a ser vista com outros olhos pela “chefe”. Mas, sua vida pessoal é anulada à medida em que seus esforços profissionais aumentam.

Erin Brockovich, uma mulher de talento


Baseado numa história real, veremos no filme a história de uma mulher, como tantas outras. Solteira, mãe, com dívidas para pagar, necessitando urgentemente de um trabalho para sustentar seus filhos. Consegue um trabalho, bastante insignificante, inicialmente, num escritório de advocacia. Organizando arquivos, ela descobre um caso legal e judicial contra uma corporação gigante da região e decide investigar o problema mais de perto. Acaba descobrindo que essa empresa é a responsável pelos inúmeros casos de câncer da cidade. Ninguém havia ousado antes infringir espaços e enfrentar a grande indústria, que faz de tudo para abafar o caso. Ela vai além e se revela uma grande profissional, com potencial até antes desconhecidos dela mesma e trata desse caso com ousadia, determinação e perseverança. Mesmo sem estudo, o mais interessante, é que para ela não é uma questão financeira ganhar o caso na justiça, mas uma questão humanitária e de honra.

A Maldição do Professor


Conta a lenda que quando Deus liberou o conhecimento sobre como ensinar os homensdeterminou que aquele "saber" ficaria restrito a um grupo muito selecionado de sábios. Mas, neste pequeno grupo, onde todos se achavam "semideuses", alguém traiu as determinações divinas.

Aí aconteceu o pior!

Deus, bravo com a traição, resolveu fazer valer alguns mandamentos:


1º - Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental.

2º - Não verás teu filho crescer.

3º - Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga.

4º - Terás gastrite, se tiveres sorte. Se for como os demais, terás úlcera.

5º - A pressa será teu único amigo e as suas refeições principais serão os lanches, as pizzas e o “China in Box ou Mc Donalds.

6º - Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se te sobrarem cabelos.

7º - Tua sanidade mental será posta em cheque antes que completes cionco anos de trabalho;

8º - Dormir será considerado período de folga, logo, não dormirás.

9º - Trabalho será teu assunto preferido, talvez o único.

10º - As pessoas serão divididas em 2 tipos: as que ensinam e as que não entendem. E verás graça nisso.

11º - A máquina de café será a tua melhor colega de trabalho, porém, a cafeína não te farás mais efeito.

12º - Happy Hour será excelente oportunidade de ter algum tipo de contato com outras pessoas loucas como você.

13º - Terás sonhos com cronograma, planejamento, provas,  fichas de alunos, provas substitutivas e não raro, resolverás problemas de trabalho neste período de sono.

14º - Exibirás olheiras como troféu de guerra.

15º - E, o pior........ inexplicavelmente gostarás de tudo isso...

O Velório


ROTEIRO DE TRABALHO
Oficina sobre MOTIVAÇÃO PROFISSIONAL - 26/11/2010.


O VELÓRIO.

Uma empresa estava em situação difícil, as vendas iam mal, os trabalhadores e colaboradores estavam desmotivados, os balanços há meses não saiam do vermelho. Era preciso fazer algo para reverter o caos.

Ninguém queria assumir nada. Pelo contrário, o pessoal apenas reclamava que as coisas andavam ruins e que não havia perspectiva de progresso na empresa. Eles achavam que alguém deveria tomar a iniciativa de reverter aquele processo.

Um dia, quando os funcionários encontraram na portaria um enorme cartaz que dizia:

“FALECEU ONTEM A PESSOA QUE IMPEDIA O CRESCIMENTO DE NOSSA EMPRESA. VOCÊ ESTÁ CONVIDADO A PARTICIPAR DO VELÓRIO NA QUADRA DE ESPORTES”.

No início todos se entristeceram com a morte de alguém, mas depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava bloqueando o crescimento da empresa. A agitação na quadra de esportes era tão grande que foi preciso chamar os seguranças para organizar uma fila indiana. Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão a excitação aumentava. “Quem será que estava atrapalhando o progresso?” se perguntavam. “Ainda bem que esse infeliz morreu”.

Um a um, os funcionários agitados aproximavam-se do caixão, olhavam o defunto e engoliam a seco, ficando em absoluto silêncio como se tivessem sido atingidos por um raio.    


No lugar do visor do caixão havia apenas um espelho.

Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento.

Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida.

Você é a única pessoa que poder prejudicar sua vida.

Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo. Não tente achar culpados por suas falhas.

É dentro de seu coração que você vai encontrar a energia para ser o artista da criação.

O RESTO SÃO DESCULPAS!   

ADOLESCÊNCIA: conhecendo melhor.



1ª aula da apostila entregue aos professores no curso “Programa de Formação Continuada Personalizado para Docentes” por Andréa Rosa. Veja mais no site em PROJETOS.    
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 Adolescência – um substantivo feminino, que segundo o dicionário Aurélio é o período que vai dos doze aos vinte anos de idade. Numa linguagem mais informal e cômica, a tradução que se dá para o adolescente é ”toda criatura que tem fogos de artifício dentro dela”. Nas línguas neolatinas – adolescere – significa crescer num breve espaço de tempo entre a infância e a idade adulta. A medida em que a Psicologia evoluiu e estudou especificamente essa fase, percebeu-se que ela estende-se ao longo dos anos até englobar grande parte da fase da juventude.

Freud descreveu essa fase em seu livro “Três ensaios sobre a sexualidade” onde, pela primeira vez na Psicanálise, foram relatados sintomas e comportamentos de uma fase diferente da infância, na qual reflete um período de incertezas e profundas transformações tanto fisiológicas, quanto psicológicas. A exemplo, as alterações dos instintos, a organização do “eu” (onde a imagem corporal é o núcleo), os papéis sociais e um re-equilíbrio hormonal e familiar para atingir a independência na fase adulta.  

Nessa fase ocorrem pelo menos três fenômenos importantes no desenvolvimento humano: a puberdade com o amadurecimento sexual e reprodutor (olhar biológico); a passagem da infância para a vida adulta com a assunção de papéis adultos e a autonomia dos pais (olhar social) e a estruturação de uma identidade definitiva para a subjetividade (olhar psicológico).  

Alguns comportamentos individuais são claramente percebidos: inquietude física, menor capacidade de concentração, crescente ambivalência frente as conquistas amorosas, tiques, rituais, manias de colecionar (em alguns casos até pessoas), regressos a crenças e conceitos que anteriormente faziam sentido, avaliação pré-genital do sexo oposto e o evitar contato com os pais.

Comportamentos grupais também são percebidos: conflito entre a lealdade aos pais e ao grupo que pertence, desafios as normas da linguagem coletiva(por mais que algumas sejam completamente diferentes da língua materna), mudança de hábitos de higiene e saúde, gosto apurados em “correr riscos”, o evitar contato com os professores ou pessoas que denotem “a supremacia do poder” (isso inclui um desprezo pela pessoa representante), busca de segurança somente em grupo, ver o sexo oposto como troféu, evitar toda e qualquer ajuda do adulto (incluindo as correções verbais que lhe são feitas), geralmente se sentem esquecidos e não queridos pelos adultos. 

Helene Deutsch ressalta que na atualidade o adolescente não mais possui um conceito de identidade e maturidade adulta, isso se torna obscurecido uma vez que os próprios pais frequentemente estão envolvidos com sua própria adolescência incompleta.


O mundo contemporâneo e a adolescência.

Rafael dos Santos faz uma importante observação sobre a relação entre a adolescência e a mídia contemporânea “quando ligamos a televisão, e os nossos queridos estudantes também, assistimos a programas que disseminam uma juventude estereotipada por adolescentes bronzeados que malham em academias que mais parecem uma ilha da fantasia”.  

Vivemos num mundo de aceleradíssima circulação de informações e de ideias, onde o discurso da ciência ocupa um lugar excepcional, mas onde nenhum discurso ou representante possui legitimidade social a ponto de ocupar o lugar de um ideal cultural razoavelmente estável e transmissível. O que ocorre no mundo contemporâneo, como constata Dufour é que estamos diante de figuras de Outro que não cessam de mudar, de modo que o espaço simbólico tornou-se movediço. Desta forma, Dufour chama a atenção para o impasse que se coloca aos adolescentes no mundo contemporâneo "cada um está em busca de um ‘Outro’ a quem dedicar sua vida", ou ainda, de um ideal que sirva de referência para o seu desejo.

Nos dias de hoje, é comum vermos que os pais têm dúvidas ou realmente nem sabem em qual série o filho ou a filha está cursando. Também é comum percebermos que os filhos desconhecem a história de vida dos pais, suas tradições e concepções familiares, suas origens... Dessa forma são geradas mais dificuldades para construir junto sua história. Não há mais almoço em família, muito menos aos domingos. A comunicação interna de uma casa tem acontecido através de bilhetes, emails e MSN. Por isso nossos jovens estão recorrendo aos meios externos como fontes de informação, esclarecimentos e escuta.

Há sites, revistas com informações sobre tudo, os quais tiram qualquer dúvida sobre muitos e inúmeros assuntos, incluindo dietas (para terem um corpo perfeito, recorrendo às cirurgias plásticas), dando dicas e “conselhos”. Esses mecanismos estão sendo utilizados em lugar de diálogos em família, e isso tem gerado perdas importantes na construção do sujeito – adolescente, enquanto pessoa.       

Relação professor – adolescente e a aprendizagem.

Muitos pais e mestres, de uma geração chamada X (pessoas que nasceram entre 1965 a 1977 que possuem entre 32 a 44 anos) aprenderam de outra forma; em meio ao silêncio, esforço repetitivo (como decorar tabuada), tendo que atingir notas altas e provar que era inteligente, lendo muito e principalmente repensando várias vezes antes de responder. Fazendo as famosas revisões.  Se deparam com seu filho e aluno agindo de forma bastante diferente do que vivenciaram em sua adolescência. Uma geração impetuosa, que ouve pouco, não tem paciência para muitas explicações e não revisa nada do que tenha feito. Se vêm perplexos perante o quarto ou uma sala de aula, aparentemente desorganizado dos seus adolescentes: televisão ligada, computador com muitas possibilidades “abertas” como chats, blogs, Twitter, Facebook e várias páginas da net abertas, livros e cadernos espalhados, falando ao celular, máquina fotográfica próxima para  registra todos os momentos e música (podendo estar tocando no próprio computador ou nos Ipods de última geração), de preferência no volume abusivo e tudo funcionando simultaneamente. E “isso” constitui o seu “espaço de trabalho”. E se perguntam como conseguem estes jovens manter a concentração e construir momentos de aprendizagem significativa e duradoura.
  
         
Imagem extraída do BLOG de José Paulo Santos
                  

Diferentemente dos anos iniciais do Ensino Fundamental, o aluno adolescente está frente às novas exigências na escola, as quais coincidem com mudanças e reações da fase em que está vivendo. Já sabemos que o corpo desse jovem está passando por alterações físicas e hormonais e na maioria das vezes poderá provocar estranhamento e sensação de desconforto. Embora cada adolescente reaja à sua maneira, movimentos contraditórios são comuns nessa fase. Alguns querem voltar a ser criança, enquanto outros reivindicam mais autonomia. Momentos de grande introspecção, com ar de estar no "mundo da lua", indicam que o jovem está tentando colocar os pensamentos em ordem e entender o que está acontecendo com ele.

O adolescente se vê só, nessa caminhada de construção da identidade e nem um pouco compreendido. Apega-se rapidamente ao grupo com quem se identifica, que o acolhe imediatamente. O grupo por sua vez, fala a mesma linguagem, possui características similares e entende o que esse adolescente está passando. É um grupo que recorre à mídia para tirar suas dúvidas e “matar suas curiosidades”.

Nesse sentido, a escola possui papel fundamental na formação desse adolescente, pois provém dela o auxílio em formar concepções de base como o trabalho coletivo, individual, a produção, negociação, conservação e diálogo. Através da educação, a curiosidade desse jovem será aguçada e a busca pela superação tornar-se-á inerente à faixa etária.

Tanto essa geração, quanto as escolas, já possuem investimentos sólidos com relação aos materiais e recursos tecnológicos. É preciso investir na inteligência científica, na pesquisa, na investigação literária desse jovem. Fazer com que perceba que existe muito mais construções, discussões, transformações a serem conquistadas, além da informação que ele possui. O fóco central deve ser: o que essa geração Y pode fazer com tanta informação, transformando-a em conhecimento.        

O professor em sala de aula, terá que, entre muitas outras atitudes, superar uma mídia interativa e desfazer um espaço vazio que ficou para esse aluno. O qual deve ser preenchido. Além de requerer desse professor muita serenidade.

Não existe receita pronta das atitudes que devem ser tomadas para que esse professor tenha sucesso no dia a dia escolar. Perrenoud diz “o ofício de educador é complexo”. Mas, vale ressaltar que algumas posturas são fundamentais na busca desse sucesso:

Ø  Construir com embasamento teórico, a sua prática;
Ø  Aprofundar nas mais variadas teorias que explicam essa fase, com todo o contexto psicológico, físico, emocional, linguístico, pedagógico, que lhe são compatíveis e cabíveis;
Ø  Possuir uma prática reflexiva;
Ø  Refletir sobre suas atitudes individuais e coletivas frente ao grupo de docentes.
                       

Mas como interagir com esse aluno e esse grupo para que sejam reconstruídos valores esquecidos?
                  
Para isso, temos que contar com educadores capacitados numa Pedagogia crítica para distinguir o discurso ideológico nas diversas narrativas dos muitos textos culturais (ou não) que circulam nessa sociedade capitalista, que tanto encanta e convence o jovem. Dessa forma o educador conseguirá fazer com que o adolescente veja a parte “maléfica” de possíveis intenções coletivas e seja capaz de refletir sobre seus ideais.
                  

O professor deverá apresentar algumas ações concretas, que atinjam de forma positiva esse aluno no individual e coletivo:
                  
Ø  Trazer uma reflexão profunda e saudável sobre a vida para esse jovem, dessa forma colaborará na construção de sua identidade.
Ø  Estreitar vínculos afetivos, mas sempre com ponderação, cautela e maturidade. Uma relação carinhosa e responsável.
Ø  Criar espaços para discussões coletivas, onde o grupo possa se perceber, enquanto agentes de transformação.  
Ø  Colocar a responsabilidade como meta, que faz parte de uma preparação, e não como um comportamento obrigatório.
    
Ajudando o adolescente.


Enquanto professor, você poderá ajudar esse adolescente a entender melhor o mundo, descobrir o outro e “se redescobrir”.

CUIDADO!



Dicas:

Ø  Conhecer bem cada adolescente, cada aluno.
Ø  Conversar sobre as mudanças que esse aluno está sofrendo no coletivo. O que seja pertinente ao ciclo geral da adolescência.
Ø  Fazer com que ele conheça as suas limitações e as suas possibilidades.
Ø  Ajudar a esclarecer o que é a autêntica liberdade, distinguindo-a da libertinagem.
Ø  Desenvolver nele a virtude da fortaleza, para que possa fazer por si mesmo, esforços pessoais.
Ø  Fomentar a flexibilidade nas relações sociais.
Ø  Sugerir atividades que lhe permitam estar ocupado.
Ø  Refletir com esse adolescente as influências negativas da mídia, especialmente as que derivam da manipulação publicitária e as que motivam condutas sexuais desordenadas. Sem se mostrar íntimo, contanto suas experiências ou sendo partidário sobre algum movimento.
Ø  Guiar ações para que demonstrem condutas nobres.
Ø  Mostrar que no silêncio também aprendemos. Descobrir que nesse momento existem possibilidades reflexivas, de escolhas e decisões.
Ø  Colaborar com eles para que descubram o valor e o respeito pela intimidade de cada um.
Ø  Mostrar que a paciência e o amor, unidos a uma suave firmeza, são os recursos para libertar o jovem da esfera das suas impertinências.
Ø  Evitar os enfrentamentos e atitudes violentas. Permitindo e aprendendo a se acalmar perante as suas reações.
Ø  Dialogar sempre.
Ø  Escutar para compreender o que o outro diz.
Ø  Refletir sobre outros pontos de vista. Mesmo que isso signifique reconhecer que o que pensava estava errado.
Ø  Saber assumir seus próprios erros, sabendo pedir perdão e perdoar.  

A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que temos”.
Thomas Hardy


REFERÊNCIAS

Ø  BLOS, P. Adolescência. Uma interpretação psicanalítica. São Paulo. Martins Fontes, 1994. 
Ø  DELUZ, Ariane; GIBELLO, Bernard; OCTAVE, Jean Hebrard. A crise de adolescência.  Companhia De Freud. 1999.  
Ø  DEUTSCH, Helene. Problemas psicológicos da adolescência com ênfase na formação de grupos. Rio de Janeiro: Zahar, 1977. 
Ø  DUFOUR, Dany-Robert. A Modernidade e a questão do Outro. O Adolescente e a Modernidade - Anais do Congresso Internacional de Psicanálise e suas Conexões, tomo III. Rio de Janeiro, Escola Lacaniana de Psicanálise, 2000.
Ø  FERREIRA SALLES, Leila Maria. Adolescência, escola e cotidiano; contradições entre o genérico e o particular. Piracicaba: UNIMEP, 1998.
Ø  FREUD, Sigmund. Três ensaios sobre a Teoria da Sexualidade. Rio de Janeiro, Imago, 1972. v.7.
________(1914). Algumas Reflexões sobre a Psicologia do escolar. ESB, volume XIII, Rio de Janeiro, Imago, 1974.
________(1921). Psicologia de grupo e análise do ego. ESB, volume XIII, Rio de Janeiro, Imago, 1976.
Ø  MIRANDA, Margarete Pereira. Adolescência na escola: soltar a corda e segurar a ponta. Formato Editorial: Belo Horizonte, 2001.
Ø  MUSS, Rolf. Teorias da adolescência. Belo Horizonte, Interlivros. 1976.
Ø  OLIVEIRA, Sidnei. Geração Y, Era das conexões – Tempo de relacionamentos. São Paulo. Editora Clube de Autores. 2009. 
Ø  OSÓRIO, Luiz Carlos. Adolescente hoje. Porto Alegre: Artmed, 1992.
Ø  PERRENOUD, Philippe. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2002.            
Ø  SACRISTÁN, José Gimeno. O aluno como invenção. Porto Alegre: Artmed, 2005.
Ø  SANTOS, Rafael dos. Mas que história é essa? In: Trindade, Azoilda Loretto e Rafael dos Santos(orgs.) Multiculturalismo-mil e uma face da escola. Rio de Janeiro: DP&A, 1999, PP.63-89. 
Ø  SPITZ, Christian. Adolescentes perguntam. Summus, 1997.  
Ø  TIBA, Içami. Adolescentes: Quem ama educa! Integrare Editora. 2005.
__________  Família de Alta Performance: conceitos contemporâneos na educação. Integrare Editora.

Sustentabilidade Profissional: da Terra ao Profissionalismo Pessoal por Andréa Rosa


Publicado no jornal “Inform@-CIL” março 2011. 

O termo “sustentabilidade” vem ganhando força. Definitivamente entrou nos contextos mais diversificados das agendas das empresas. Profissionais das mais variadas áreas procuram conhecer, aprofundar, repensar e pesquisar todo e qualquer conhecimento a respeito desse assunto. Pedro Jacobi, da USP e coordenador do Teia (Laboratório de Educação e Ambiente) autor de “Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade” afirma que “os grandes desafios para os educadores (...) são, de um lado, o resgate e o desenvolvimento de valores e comportamentos (confiança, respeito mútuo, responsabilidade, compromisso, solidariedade e iniciativa) e de outro, o estímulo a uma visão global e crítica das questões ambientais e a promoção de um enfoque interdisciplinar que resgate e construa saberes”.

Em “Pedagogia da Terra: ecopedagogia e educação sustentável” Moacir Gadotti, diretor do Instituto Paulo Freire, confronta o modo como produzimos, consumimos e convivemos de uma maneira mais radical e abrangente. Gadotti solicita para que tenhamos “um novo olhar sobre a educação, um olhar global, uma nova maneira de ser e estar no mundo, um jeito de pensar a partir da vida cotidiana, que busca sentido em cada momento, em cada ato, que ‘pensa a prática’ (Paulo Freire) em cada instante de nossas vidas, evitando a burocratização do olhar e do comportamento”.

Se de um lado temos esses e tantos autores, pedagogos, filósofos, pesquisadores levantando ações reais e concretas em busca de melhorias progressivas sobre a qualidade de vida atual e futura das pessoas que habitam na Terra, porque não repensarmos que não só a sustentabilidade ambiental, mas também a pessoal e profissional devem ser repensadas a partir de suas próprias práticas?

Todos nós temos convicção que os colégios são empresas vivas, pois quem compõe o espaço físico, são colaboradores e por tanto seres vivos.  Os quais sofrem e estão repletos de anseios, satisfações, decepções e muitas alegrias. São pessoas que dão ideias, que fazem projetos, repensam suas potencialidades e práticas, buscam melhorias e até aceitam determinadas regras de sobrevivência.     

Pessoas que levam com si próprios princípios éticos, morais, criativos, inovadores, muitas vezes não só buscando uma realização profissional mas,  tentando atingir resultados pré-estabelecidos por si próprio.

Seres humanos que ainda não perceberam que o termo “sustentabilidade” está intimamente ligado a “uma nova maneira de ser e estar no mundo”.  

Repense junto comigo alguns pontos essenciais para gerarmos parte de nossa “sustentabilidade profissional”:

-  Assuma a responsabilidade por seus atos.
-  Desenvolva a disciplina pessoal.
-  Conheça suas fraquezas.
-  Alinhe suas prioridades e seus valores.
-  Admita logo seus erros e peça desculpas.
-  Tome cuidado dobrado com as finanças.
-  Coloque a família antes do trabalho.
-  Valorize as pessoas.


Entre tantas características a serem mais desenvolvidas em 2011, insira naturalmente mais uma: assertividade! Seja e busque ser assertivo. Pessoas assertivas aceitam melhor os obstáculos, os fracassos e as adversidades da vida, tirando sempre lições positivas dos mesmos e mantendo sempre uma frase positiva “bola pra frente” para atingir seus sonhos e objetivos, nunca se isolando das pessoas com as quais convive e mais que tudo levam a vida com uma grande dose de alegria.

O filósofo Mário Sérgio Cortella explica que seriedade não é necessariamente sinônimo de tristeza ou falta de humor. “O contrário de seriedade não é alegria, mas, sim, falta de compromisso”. Para ele, não há dúvida de que o tema ‘sustentabilidade profissional’ pode ser tratado com bom humor. “Por ser um tema sério, precisa de atração, sedução e conexão, e isso o humor pode oferecer. O humor serve para encantar e não apenas para distrair ou fazer desaparecer o foco. Como uma expressão inteligente da capacidade humana, espanta, interroga, surpreende, ensina e faz pensar”. 


Ainda não apareceu o Gandhi da sustentabilidade nem o Mandela da biodiversidade. Não apareceu nenhum Martin Luther King para a mudança do clima. Mas não basta um no mundo. Tem que ter aos milhões, em todas as atividades.”
Fernando Almeida.
Presidente executivo do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.