quinta-feira, 27 de novembro de 2014



SUGESTÕES DE DESENVOLVIMENTO DE TRABALHO COM PROFESSORES A PARTIR DE LEITURAS.

EDUCAÇÃO INFANTIL E FUNDAMENTAL I

Vamos lá! Separei algumas sugestões, não são tão simples, são livros um pouco densos, porém acredito serem boas leituras para “reafirmar” o papel do professor enquanto “instrumento”, mediador, interlocutor e gerador da educação aprendida e aplicada. Que tal promover oficinas nas REUNIÕES PEDAGÓGICAS?  

v  A Pedagogia na escola das Diferenças de Philippe Perrenoud.  Um dos capítulos que mais gosto é o seis “Ciclos pedagógicos e projetos escolares: é fácil dizer!” Mesmo sendo uma leitura densa e metódica, o autor trás 3 aspectos fundamentais para que o professor pense em seu processo de busca e formação:
Ø  Enriquecer sua caixa de ferramentas!
Ø  Aprender a trabalhar em conjunto!
Ø  Trabalhar consigo mesmo!
Sabe aquele grupo de professores que têm dificuldades relacionais entre si? Ou com personalidades profissionais opostas? Ou insatisfeitos em partilhar suas ações no grupo? Seria uma ótima pedida para aperfeiçoar e trocar experiências a partir dessa leitura e de algumas tarefas que eu daria!  

v  Encontros e Desencontros em Educação Infantil de Maria Lúcia de A. Machado. Em particular a parte II é enriquecedora. Trás vários textos que abordam a formação, atuação e perspectivas dos profissionais da educação. São textos de diversos autores como da Tizuko Morchida (USP), da Sônia Kramer (PUC), da Júlia Formosinho (Braga)... Esse livro valeria à pena fazer o seguinte: dar para  cada professora um dos textos. Elas deverão desenvolver um projeto em cima da ideia central que cada autor trás! Depois explanariam para as outras. Seria ótimo como formação contextualizada (dentro de suas práticas).

v  Oficina criativa e psicopedagogia da Casa do Psicólogo. Um livro fino, de Cristina Dias Alessandrini, uma arte terapeuta. Ela combina muito bem a forma criativa das artes com a psicopedagogia. Essa leitura é mais direcionada para realizar oficinas! Dentro de um olhar mais aguçado. Se a equipe docente tiver pronta para ir além do material didático adotado pelo colégio, esse livro  será muito rico! A autora trás até um trabalho com argila. O que a coordenação poderia fazer, seria dar um mesmo conteúdo do livro para as professoras, como o capítulo 4, “Pedro e Belle” e a partir de um conteúdo x do material didático adotado, deverão criar uma oficina com esses materiais sugeridos! Conciliando teoria e prática. Ex: usar a própria argila, tintas, aromas, sabores... ir além do material didático!

v  Educação Infantil e séries iniciais, uma articulação para a alfabetização. Da Maria Teresa González Cuberes (organizadora). Exemplo, no capítulo 5 “Ao encontro da Matemática” a autora Maria Elena Duhalde, fala muito sobre a construção do pensamento concreto! Relata como a criança constrói a Matemática, a cardinalidade, a ordinalidade, o uso dos números, a memória quantitativa... a autora explana, explica como se dá a construção do pensamento. O capítulo 6 fala do ambiente enriquecedor de aprendizagem. Ótimo para ministrar uma Oficina de Matemática, principalmente para as professoras que têm dificuldades com essa área.

v  A paixão de conhecer o mundo de Madalena Freire. Um livro antigooooo, mas não abro mão! O meu está até embolorado! Mais voltado para Educação Infantil. Serve para dar um “start” nas professoras e se animarem em fazer o bom e velho diário de bordo ou portfolio! Pois Madalena relata tudoooo que acontece na sala dela. Tanto que vira um livro! Ela trabalhou várias ideias e projetos, mas acima de tudo, trouxe a originalidade do pensar da criança, a autonomia, o interesse, a construção que elas fazem das histórias contadas por eles... é lindo! Sempre releio e dele nascem novas práticas para a sala de aula!

v  Brincar: crescer e aprender. O resgate do jogo infantil. De Adriana Friedmann.  É um livro muito específico sobre jogos e brincadeiras. Desde os tradicionais, até os “criados”. Mas ela explana o olhar que o adulto deve ter sobre os jogos infantis, a perspectiva de avaliação, regras, como a criança constrói a ideia do jogo, o jogo no contexto educativo. O desenvolvimento cognitivo do jogo, a importância das interações sociais nos jogos e brincadeiras... Mas tudo isso não só do pré-escolar, aborda também das outras faixas etárias. Ao final de cada capítulo, ela trás um texto reflexivo!  Sugestão: se a coordenadora der para cada professora um jogo, descrito no capítulo, elas terão que conciliar o que leram, com um conteúdo do material didático adotado pelo colégio e em cima do jogo, inserir o conteúdo a ser dado! A autora até lista os jogos, classificando-os! É ótimo. Capítulo 8.  Inclusive esse livro nos trás a possibilidade de pensar uma Feira Cultural Interativa!!!! Para final de 2015. Pois teremos Rio 2016. As escolas poderiam trazer jogos para um dia com a família!  Cada sala seria temática sobre um jogo para os pais brincarem, jogarem! Ou ainda em cada espaço da escola ter um movimento temático! Ex: jogos do século XIX. Imagens, gravuras, a pesquisa feita com as crianças e a professora, em outra sala os jogos e brincadeiras de determinadas regiões do Brasil!  Em outra sala brincadeiras engraçadas! Numa outra sala, jogos do futuro! Mas para tudo isso acontecer, tem que haver o processo de pesquisa antes, um portfolio das professoras, envolver as famílias na montagem para que tenham até um “pequeno museu dos jogos”.... Nossa.... iríamos além! Que marketing educacional hein? 

Inclusive deixo para todos a “abertura desse livro” .... “Eu queria mostrar a roda da vida, poder entrar no coração das crianças. Viver de alguma forma! Retomar àquele estado de espírito, àquele tempo no qual tudo era brincar, no qual não existia frio ou calor, no qual éramos amados, simplesmente amados. Quando eu era criança, falava como criança, brincava como tal. Mas quando, um dia me tornei homem, deixei de lado toda criancice, observei, ouvi e aprendi”. (autor desconhecido).  

Procurem também o texto “Lembranças de Velhos” de Ecléa Bosi. Lindo!!

v  E por último, sugeriria o bom e velho Pilares do Interacionismo de Evaldo Inácio Delgado. Ele trás Piaget, Vygotsky, Wallon e Emília Ferreiro. Um autor pouco conhecido, de Rondônia, o qual resgata todos esses Papas da Educação de forma prazerosa! Mesmo que as professoras que fizeram e fazem Pedagogia, conheçam intimamente esses papas na ponta da língua, sempre é tempo de resgatar suas práticas. A diferença é que, muito deles, ficam perdidos ao longo dos anos dentro de vãs teorias. Sugestão: uma dupla de professoras ficaria com um desses papas. Fariam uma apresentação resgatando a vida dele e a construção da “metodologia” que o mesmo “construiu”. Como tarefa, deverão aplicar esse “teorema” em um conteúdo x do material. Inclusive, com “defesa de tese”. Teriam que defender com unhas e dentes o real motivo do “educador escolhido” ser tão direto, preciso, perfeito na teoria construída e até trazer a trajetória intelectual desse Papa. Como a criança aprende aos olhos dele? Teriam que resgatar falas desse autor!
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quarta-feira, 26 de novembro de 2014


VOCÊ CONHECE: CLARICE PACHECO? 

                   Clarice Pacheco (1989-2002) foi uma jovem escritora brasileira. Nasceu em Porto Alegre - RS, onde sempre morou. Desde muito pequena adorava ler, os livros foram sua grande paixão. Aos quatro anos começou a ler, escrever e criar histórias. As primeiras tinham apenas desenhos. Aos poucos foi acrescentando diálogos curtos e textos reduzidos até escrever narrativas completas.
                    Gostava muito de desenhar e por isso expressava suas ideias através de desenhos. Escreveu poesias, histórias infantis ilustradas por ela mesma, contos e até uma novela juvenil. Do convívio diário com seus amigos e colegas de escola encontrou inspiração para criar os enredos e caracterizar os personagens. Descreveu com nitidez como é o dia a dia dos bichinhos de estimação em duas histórias que têm Floquinho e Pluminha como protagonistas.
                  Estudou até a oitava série no Colégio Leonardo da Vinci-Alfa. Apesar da pouca idade, acumulou uma produção literária considerável. Aos treze anos e meio não resistiu a uma cardiopatia grave.
                 Após sua ausência a família organizou seus escritos em cinco obras póstumas:
  • Cadernos de PoesiasO Tempo de Cada Um (novela juvenil); e Um Dia na Vida (contos), destinadas ao leitor jovem, foram publicadas em 2003;
  • Um Amor de Cãozinho I - Floquinho e Um Amor de Cãozinho II - Floquinho e Pluminha, destinadas ao leitor infantil, foram publicadas em 2004.

                   Além de histórias e poesias, Clarice deixou muitos desenhos que retratam a dimensão de sua sensibilidade e talento. Com muito esmero, passava horas montando livros em miniatura, sobre assuntos diversos, com capa, índice e tudo o mais. Conheça mais dessa jovem e da sua obra acessando o site: www.claricepacheco.com

Veja algumas de suas poesias:

Viajar pela leitura

“Viajar pela leitura
sem rumo, sem intenção.
Só para viver a aventura
que é ter um livro nas mãos.
É uma pena que só saiba disso
quem gosta de ler.
Experimente!
Assim sem compromisso,
você vai me entender.
Mergulhe de cabeça 
na imaginação!”


  
Os professores da minha escola

“A professora de Matemática,
com suas contas complicadas,
falando em equações,
no Teorema de Pitágoras.

A professora de Português,
com seu modo indicativo,
falando em advérbios,
interjeições, substantivos.

A professora de Geografia,
com seus complexos regionais,
falando em sítios urbanos,
em pontos cardeais.

A professora de Ciências,
com seus ensinamentos ecológicos,
falando em evolução,
em estudos biológicos.

A professora de História,
com seus povos bizantinos,
falando na Idade Média,
no Imperador Constantino.

A professora de Inglês,
com seus don't, do e does,
falando em personal pronouns,
na diferença entre go e goes.

A professora de Artes,
com suas obras e seus artistas,
falando em artes ópticas,
em pintores surrealistas.

O professor de Educação Física,
com suas regras de voleibol,
falando sobre basquete,
em times de futebol.

Os professores da minha escola,
com suas matérias que às vezes não entendemos,
falando em todas as coisas,
que aos poucos vamos aprendendo”.

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terça-feira, 18 de novembro de 2014



Documentário: “Morrendo por não saber” em homenagem ao Novembro Azul.

“Tudo que o homem não conhece não existe para ele. Por isso o mundo tem, para cada um, o tamanho que abrange o seu conhecimento.”
(Carlos Bernardo González Pecotche – Pensador, logósofo, escritor e humanista argentino, 1901-1963).

Depois de filmar o documentário “O Milagre de Gerson”, o Diretor Steve Kroschel, se deparou com evidências que apontavam que realmente a cura do câncer já havia sido descoberta e que interesses da indústria farmacêutica estavam por trás de esconder os resultados da Terapia de Gerson (Max Gerson, médico alemão, 1881-1959), que se utiliza basicamente da nutrição altamente rica e da desintoxicação.

Ele vai então conversar com médicos, pacientes e nutricionistas viajando pelos EUA, Espanha, Holanda e México. No Japão conversa com um médico que aplicou em si o tratamento e curou-se, depois de ter sido diagnosticado de câncer terminal 50 anos atrás. Esse médico hoje faz a Terapia de Gerson no Japão para inúmeros pacientes. “Por que essa terapia ainda está renegada depois de 75 anos de claramente provar curar doenças degenerativas?” – É o que o diretor tenta responder.

Assista: http://vimeo.com/23702200

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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

História das Catedrais



A beleza do BRINCAR com livros na infância! - 2ª parte

Andréa Camargo 16/10/2014
(2ª Parte)

                      Trouxe essa história de forma muito resumida por ter sido uma das que mais marcou minha infância! Por um lado por imaginar a construção dessa muralha a qual pintei várias vezes no papel e bem colorida com “canetinhas”. A diferença é que espalhei as pétalas pelo ar, para que alcançasse a todos. Por outro, pelo sentimento de amor! Sempre achei esse sentimento muito transparente, o que se mantém em grande parte da minha alma! Transparência é algo que eu não perdi ao longo da vida, mesmo em meio às perdas que ela me trouxe!  

                           Uma coleção que relato no tempo presente do verbo “ser”, pois está muito bem guardada há mais de 40 anos em casa! Uma relíquia! Quando abri todos os volumes hoje, para trazer um pouco mais dessa “beleza de brincar com livros” para os leitores, minha memória se acendeu e o cheiro, as imagens, as vontades, as brincadeiras, as histórias, o jeito que minha mãe lia para mim e o jeito que aprendi durante a alfabetização a ler, tudo aquilo voltou como se fosse ontem! 

(SOLICITE O TEXTO NA ÍNTEGRA EM: andrea@projetoparceria.com)

Será um prazer compartilhar com você!

A beleza do BRINCAR com livros na infância!


Andréa Camargo 16/10/2014
(1ª Parte)

                                  Numa obra autobiográfica (As palavras. Difusão Europeia do Livro, São Paulo, 1970), Jean-Paul Sartre fala da sua infância, de modo irônico e extremamente autocrítico, mas sem humor ou afetividade; no texto ele conta que foi um menino solitário e que seus brinquedos eram os livros da biblioteca do avô (materno) e os autores, motivos de brincadeira. Conta também que a primeira vivência de uma experiência estética da qual se lembra, aconteceu diante de uma coleção de livros infantis que ganhou de sua mãe.
                              “Devo a estas caixas mágicas – e não às frases equilibradas de Chateaubriand – meus primeiros encontros com a Beleza. Abrindo-os, eu me esquecia de tudo: isso era ler? Não, mas morrer de êxtase: de minha abolição nasciam imediatamente indígenas armados de zagaias, a selva, um explorador de capacete branco. Eu era visão, eu inundava de luz as belas faces de Auda, as suíças de Philéas Fogg. Liberta de si mesma enfim, a pequena maravilha se deixava converter em puro maravilhamento. A cinquenta centímetros do chão do assoalho nascia uma felicidade sem amo nem coleira, perfeita”.
                                Lendo esse texto sobre a infância de Sartre, relembrei da minha infância. Filha única, criada entre adultos, não tinha mais nenhum amigo “significativo” para brincar, com exceção dos meus amigos imaginários! Era uma criança muito “arteira” fato esse que fez com que minha mãe sempre me corrigisse entre boas chineladas e castigos. Cresci sem traumas, neuras, psicoses ou possibilidades de ser alguém “perigosa à sociedade”, caso esse muito raro nos dias de hoje! Até hoje, minha mãe, é minha melhor amiga. Refletindo sobre a beleza do brincar com livros e a felicidade que embala a infância, me lembrei de todos os livros, coleções de revistas, gibis, historinhas impressas ou recortadas de jornais, enciclopédias que ganhei da minha mãe. Devo muito da minha inteligência, segurança e educação a ela e as leituras que interpretei e ouvi. Uma das coleções (fotos que compartilho no face: Projeto Parceria) chama-se “O mundo da criança” com 14 volumes. Uma coleção cara para a época! Cada volume registra histórias e fatos sobre um tema específico. Um dos volumes (5) tem o título “A vida em vários países”. Trás muitos contos e lendas nacionais, mas também contém histórias de outros países.
                                Uma das histórias, A Muralha de Aldeída Rebelo, conta sobre a construção de uma muralha feita por dois arquitetos (Rodolfo e Alexandre) a pedido de um rei. Eles deveriam competir entre si para construir a muralha mais linda e perfeita, o vencedor receberia um prêmio. Como não seria possível cada qual construir sozinho uma muralha inteira combinaram que cada um construiria uma metade. Para testar a ação deles, surgiu um mágico que os avisou, logo que terminasse cada qual sua metade, ele sopraria um vento muito forte para testar a construção. Rodolfo fez a metade da muralha com pedras preciosas e ouro, esperando despertar a inveja nos “concorrentes”. Alexandre por sua vez, construiu sua metade com pétalas de flores. Ficou muito alegre e colorida. Ele esperava despertar a beleza e a arte nos rivais. Após algum tempo, a muralha ficou pronta, o mágico surgiu e fez o que havia prometido! Soprou um vendo muito forte! Obviamente você pode imaginar o final da história! Quem venceu? A parte da muralha feita com pedras preciosas começou a cair e desmoronou. A parte da muralha feita com pétalas resistiu ao vento furioso, pois havia sido feita com amor! Diferentemente da outra, que foram usadas doses excessivas de vaidade, arrogância e muito orgulho.

(SOLICITE O TEXTO NA ÍNTEGRA EM: andrea@projetoparceria.com)


Será um prazer compartilhar com você!

domingo, 19 de outubro de 2014

 

Livro: Dançando Sobre Cacos de Vidro
Autora: Ka Hancock, uma enfermeira especialista em psiquiatria.
Editora Arqueiro.

Sinopse:
Lucy Houston e Mickey Chandler não deveriam se apaixonar. Os dois sofrem de doenças genéticas: Lucy tem um histórico familiar de câncer de mama muito agressivo e Mickey, um grave transtorno bipolar. No entanto, quando seus caminhos se cruzam, é impossível negar a atração entre eles.

Contrariando toda a lógica que indicava que sua história não teria futuro, eles se casam e firmam – por escrito – um compromisso para fazer o relacionamento dar certo. Mickey promete tomar os remédios. Lucy promete não culpá-lo pelas coisas que ele não pode controlar. Mickey será sempre honesto. Lucy será paciente.

Como em qualquer relação, eles têm dias bons e dias ruins – alguns terríveis. Depois que Lucy quase perde uma batalha contra o câncer, eles criam mais uma regra: nunca terão filhos, para não passar adiante sua herança genética. 

Porém, em seu 11° aniversário de casamento, durante uma consulta de rotina, Lucy é surpreendida com uma notícia extraordinária, quase um milagre, que vai mudar tudo o que ela e Mickey haviam planejado. De uma hora para outra todas as regras são jogadas pela janela e eles terão que redescobrir o verdadeiro significado do amor.

Dançando sobre cacos de vidro é a história de um amor inspirador que supera todos os obstáculos para se tornar possível.



terça-feira, 14 de outubro de 2014

Educar com arte e a arte de educar


Dia do professor

                            Nesse dia tão especial quando todos esperam receber textos dos “papas” da Educação e suas reflexões, trago outra proposta. Dois textos de um jornalista William Lara. Antigo editor da revista Páginas Abertas e atualmente o novo coordenador de conteúdo do Jornal da Comunicação Corporativa, veículo da Mega Brasil Comunicação. Gostaria de compartilhar o texto abaixo que retrata um novo olhar sobre a educação e o papel do professor. Outro texto que sugiro foi publicado por William Lara “Desafio de ser professor”, pág. 19, no livro “Relações do Ensinar” da Ed. Paulus onde o próprio autor foi um dos organizadores.  


Texto: Educar com arte e a arte de educar
William Lara

                                   A tarefa da educação é delicada porque supõe, em princípio, amor, desprendimento, doçura, firmeza, paciência e decisão.
                                   Diversas obras já foram escritas sobre esse assunto. Quantas vezes professores e pais, cheios de entusiasmo e esperança, compram este ou aquele livro com o intuito de resolver um problema específico que os preocupa em relação à atitude de alunos e de suas crianças?
                                  Ao ler... vê-se tão fácil! Os livros contêm, às vezes, infinidades de teorias, fórmulas e até conselhos que parecem mágicos, com diálogos imaginados e reações quase perfeitas dos alunos e das crianças diante da iniciativa dos professores e dos pais. Se fosse apenas isso, na vida diária...
                                  No entanto, a realidade é outra. Quando os professores e os pais tentam colocar em prática alguns desses conceitos que acabam de ler e isso não sai como eles esperavam, pensam: "O que aconteceu? Onde está o erro, se fiz exatamente o que o livro dizia?"
                                  Acontece que "educar é uma ciência e uma arte; uma arte porque não tem regras fixas, ou seja, cada caso é diferente, cada circunstância é única".
                                  Um pequeno texto, uma palavra, um gesto, uma pintura, um desenho ou uma ajuda em uma situação em que não esperávamos pode preencher uma vida, mudar seus horizontes e abrir possibilidades para nós mesmos, pois muitas vezes entender, explicitar ou descrever é um bem, um exercício.
                                 Então...
                               O que podem fazer vocês, professores e pais, quando se sentem desorientados e aflitos? Às vezes querem se dar por vencidos ou descarregar a responsabilidade em um terceiro (coordenadores, psicólogos, etc.). Mas, no fundo, todos sabem que é sua responsabilidade dar aos alunos e filhos as ferramentas e respostas de que necessitam. São os educadores que devem ensinar-lhes o sentido da vida e capacitá-los para vivê-la.
                               O objeto da educação não está só no sentido literal do verbo “educar”, mas, sim, no modo como o fazemos, a forma como prosseguimos pensando, o tipo de distinções que apresentamos, a moral e a ética dos critérios em que baseamos o caminho a percorrer.
                            Educar é como ensinar alguém a andar ou a falar (nada de metafórico existe nessa comparação). Andar verticalmente e falar é a educação mais fundamental do modo de ser quem somos: humanos. Aprender a ler, a fazer contas e a dominar a técnica, o conhecimento científico e o processo de desenvolvimento de mais e mais conhecimentos no âmbito de uma comunidade em que estamos imersos é a mesma coisa que aprender a falar. Todos esses aspectos que enquanto adultos nos envolvem são distinções no âmbito do processo fundamental que nós próprios somos: um erguer e um puxar, um indicar de possibilidades, um mostrar de mundos, um incentivar e ajudar, um responsabilizar, autonomizar e cuidar.
                                  Em resumo, educar, desde os primeiros dias até os últimos, é deixar os outros serem humanos — ensinar, no sentido de educar, é muito mais difícil do que aprender. E por que isso é assim? Não apenas porque quem ensina deve dominar uma maior massa de informações e tê-la sempre pronta a ser utilizada, mas porque ensinar requer algo muito mais difícil, complexo e poderoso: deixar aprender.
                                 Quem verdadeiramente ensina passa realmente pelo aprender. Esse aprender, por sua vez, deixa de ser revelado e tem seu fundamento na liberdade individual.
                              O que aprendemos quando aprendemos a aprender? O que aprendemos quando somos educados? O que é a educação? Com base em que a educação ganha seu sentido, sua pertinência, sua vitalidade e seu caráter decisivo? A resposta é simples: educar é deixar surgir o homem e suas possibilidades.
                                   Por tudo isso, a educação é essencialmente um apontar de possibilidades, de distinções, de relações e de humanidade. Educar é abrir, é erguer, é questionar, é duvidar e ensinar a duvidar, é ser modesto em saber ajudar. Quem deve então educar quem? A resposta é a mesma que foi dada à pergunta “Quem ajuda quem?”.
                                  Viver é aprender. O tempo muda-nos porque tudo nos ensina. Passando o que passa, aprendemos o que fica. O passado fica da forma como para cada um de nós as coisas ganham seus significados, individualmente, em uma vida que é um permanente ter sido e um constante projetar de possibilidades. Uma chamada pelo nome, uma ajuda quando nada se esperava ou uma ideia tocada pelo entusiasmo, pela imaginação e pela vontade de partilhar, um olhar de cumplicidade, uma conversa sobre o que nunca se consegue ler, mas que sempre nos preocupou, ou simplesmente o brilho de um momento, o vislumbre de uma possibilidade que dá um sentido fundo ao que temos sido podem fazer muitas vezes tudo o que mais pode marcar um caminho e uma forma de estar no mundo.
                          Poderão questionar-se sobre que temas, assuntos, momentos ou histórias. Estamos aqui para falar...A resposta é esta: sobre todos.
                                    Na educação, o essencial não é o assunto ou o conteúdo, mas a perspectiva, o modo e a relação. Ou, antes, o objeto da educação não é um tema, como, por exemplo, a Geografia, a História, a Matemática, a Literatura ou as Artes Plásticas. Aquilo sobre o que a educação recai é um modo de ser, que cuida, que toma conta, que se envolve, deixa-se envolver e deixa ser.
                                   Ouvimos muita coisa sobre educação nos dias atuais. Mas, tanto ontem como hoje, o homem é ele mesmo a educação, o ser que se ergueu, que repara e que cuida. Cuidando e ajudando, chamando e sendo cúmplices dessa chamada para a escolha constante das infinitas possibilidades que cada um de nós tem pela frente, podemos abrir o caminho e verdadeiramente educar e educar-nos.
                      Uma hora é uma medida, uma bola é um passatempo e um conceito é um instrumento, mas cada um de nós é todo o mundo. São todos os mundos do mundo que a educação tem por tema. Assim, a qualquer momento em qualquer mundo, uma palavra, um gesto ou um olhar pode entrar e não mais sair. Se tivermos sabido ou podido preservar e deixar preservar esses momentos, podemos muito bem tocar não apenas naquilo que no momento estamos fazendo, mas toda uma vida — e isso é verdadeiramente o objeto do educar.



Desconectados ou Disconnect



Desconectados ou Disconnect é um filme surpreendente que as escolas deveriam trabalhar trechos dele! Um filme de Henry Alex Rubin, um realizador essencialmente conhecido pelos seus documentários fortes e imersivos como: Who Is Henry Jaglom?” ou o quase oscarizado “Murderball – Espírito de Combate”.  Por isso não estranharemos que esse filme tenha um ritmo e alma documental.

Seus personagens vivem situações isoladas, dentro de seus “problemas familiares”, porém em determinado tempo irão invadir o espaço uma das outras.  Dentro dessas famílias existem muitas pessoas solitárias fisicamente, mas que usam da tecnologia e redes sociais para estarem “acompanhadas”. Nesse momento, entram os perigos na vida física e em suas rotinas.

A primeira família é composta pelo advogado Rich Boyd (Jason Bateman), Lydia Boyd, (Hope Davis), a sua mulher, a filha Abby (Haley Ramm) e o filho Ben (Jonah Bobo). Ben é um adolescente com alma sensível e introspectiva que vive para a sua música e que sente não fazer parte da sua família, vendo o seu pai como alguém incapaz de perceber os seus gostos e sem vontade de penetrar o seu universo interior. Numa situação perfeitamente fortuita cruza-se com Jason e Frye, dois incendiários e adolescentes da sua idade, que frequentam a sua escola e que a partir daí decidem divertir-se à sua custa. Sendo este um filme que tenta denunciar o vazio das vidas daqueles que se escondem atrás de nicks, fake profiles, que teclam e não dizem e que agem sem sentir, naturalmente o local da macabra farsa ocorre nas redes sociais da todo-poderosa net, o lugar onde a plenitude das aspirações se cruza com a vacuidade dos sentimentos. Momento certo para trabalhar com ADOLESCENTES E O BULLYING QUE SE EXPANDE. Sugiro que retirem trechos do filme, que abordarão somente essas relações.

Outra história que corre paralela num ambiente desolador, onde adolescentes e jovens adultos se exibem e aquecem a imaginação de voyeurs anônimos que escondidos atrás de ecrãs, vão pagando a preço de prata a satisfação, versão online. É neste estranho universo que a jornalista Nina (Andrea Riseborough) se interessa pela história de Kyle (Max Thieriot), um jovem e muito solicitado astro desta nova versão do velhinho Peep Show. Nina tenta convencê-lo a contar a sua história na TV, ao que Kyle após muita resistência aceita, tentando mudar “a sorte” da sua vida e de outros que ali (tão jovens) se “prostituem”. Interessante extrair trechos desse filme, onde essa história acontece, pois o que é registrado ali está muito mais próximo do que imaginamos! ISSO ACONTECE NOS DIAS DE HOJE COM ADOLESCENTES DE QUALQUER CLASSE SOCIAL.

Para completar esta encruzilhada virtual, falta contar a história de Cindy (Paula Patton) e Dereck (Alexander Skarsgard), um casal que passou pela tragédia da perda de um filho e que vive completamente desconectado de tudo. Enquanto Dereck vegeta em cassinos online, Cindy utiliza a rede para vender pequenos artigos que produz e para exorcizar as suas mazelas emocionais em chats de grupos de ajuda. Mas como vêm a descobrir, nada é absolutamente seguro no mundo virtual e após terem sido invadidos por um malicioso trojan, são espoliados de todas as suas economias. É nessa situação desesperadora, que conhecem Mike Dixon (Frank Grillo), um detetive privado especialista em crimes informáticos e pai de Jason.

O filme é repleto de bons diálogos e bons silêncios. O grande mérito desse filme é uma pergunta que fica no ar: são as nossas vidas mais vazias pela estéril e impessoal modernidade que nos distancia uns dos outros, ou estarão tão vazias as nossas vidas que a fria tecnologia veio apenas ocupar um lugar vago?


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Projeto Interdisciplinar. Tema: Água


Projeto Interdisciplinar. Tema: Água

Professores do Fundamental II e Ensino Médio

                         Cada docente poderá abordar os respectivos assuntos, como textos complementares ou suplementares, dentro dos capítulos que o material que você utiliza na escola, exige enquanto conteúdo programático (seja sistema de ensino ou livros) interligue com o conteúdo programático que será ministrado ao longo do ano, não importando o bimestre ou trimestre.  
                          
                       Associe ainda com: Educação Ambiental, Educação Financeira, Sobrevivência, mudança de hábitos, conservação de recursos naturais, a política e a água, leis (direitos e deveres), microbacias e transposições de rios (como São Francisco), ações onde moram (o que está sendo feito nos condomínios e estabelecimentos comerciais), mudanças climáticas, curiosidades negativas como (a água perdida em tubulações envelhecidas ou desviada por ligações clandestinas chega a 38% da oferta total. Na região Norte esta perda chega a 52%) discutir inteligência racional e emocional, relação da Amazônia com a falta d’água....  

Química/ Física/ Matemática
Geografia / História / Ciências/ Filosofia / Sociologia
Línguas/ Arte
·         Propriedades,
·         Polaridade,
·         Dissolução,
·         Tensão superficial,
·         Densidade,
·         Calor,
·         Salinidade,
·         Componentes,
·         Nutrientes,
·         Gases,
·         % do uso da água,
·         Projeções em anos e meses,
·         Cálculos de uso por pessoa, população (cidade, estado),
·         Cota populacional, cotas mundiais...
·         Colapso,
·         Como prevenir escassez,
·         Irrigação,
·         Meio ambiente,
·         Perfil dos países e estados que possuem saídas (aquíferos),
·         Dessalinização da água do mar,
·         Beber esgoto será a saída (Orange County),
·         Águas subterrâneas,
·         Agricultura / Indústria/ Comércio,
·         Reuso é economia,
·         Mau uso por gerenciamento,
·         Diferenças entre profissões (ambientalistas x engenheiros ambientais),
·         Geopolítica e a Geociência,
·         Espremer névoa (Vila de Chugungo),
·         Açudes subterrâneos (Ouricuri, sertão de Pernambuco),
·         Leis e acordos...
·         Novos termos: inexoravelmente condenados, dessalinização,
·         Expressões: “entrando pelo cano” ou ainda em Inglês: “to come a cropper” ou “entrar en el tubo”,
·         Variações linguísticas: “trabanieblas” (pára-névoas),
·         Registro: instituições e associações (Embrapa) outros órgãos e leis em defesa e proteção,
·         Lendas nacionais, internacionais, contos, músicas, dança, teatro... 

Sugestão de sites:


http://www.abas.org/educacao.php

http://super.abril.com.br/ciencia/era-falta-d-agua-441456.shtml

http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/08/falta-dagua-em-cidades-tem-ver-com-devastacao-desenfreada-da-amazonia.html